Estranho recordar coisas que têm caráter bi. Às vezes elas nos remetem a um universo meio que encantado, cheio de recordações boas, gostosas, que dá vontade de sentir de novo! Parece que o tempo volta, que as pessoas voltam; as risadas, os beliscões, os tapas. Tudo novo de novo!
Mas as mesmas coisas boas, quando conversadas com as mesmas pessoas que parecem voltar, são de repente desrreconstruídas. É como se o sonho começasse a acabar, e o sonhador tivesse plena consciência de que está acordando. Seria bom se o sonho pudesse continuar ao acordar. Mas não é assim.
Quando você acorda, olha, fecha os olhos; olha de novo... tudo do mesmo jeito... O lençol, as sandálias, a cama... foi só um sonho! Um sonho de uma verdade desrreconstruída.
As coisas boas têm um poder peculiar: viram coisas estranhas de uma hora pra outra; e sempre teimam de fazer isso quando não há a menor necessidade.
Lá está o sonhador no seu mundo impenetrável, tentando não acordar daquela maravilha, e de repente, um monstro surge e deturpa a história! "Saia daqui!", implora o sonhador. Ele não sai.
Monstros são insistentes. E de novo você luta, se debate, se irrita, até chegar o fim. Ora, monstros são de sonhos, e sonhos acabam.
E então você acorda, olha, fecha os olhos; olha de novo... tudo do mesmo jeito... O lençol, as sandálias, a cama... foi só um sonho! Um sonho de uma verdade desrreconstruída.
(Danielle Urquiza)
Dani você escreve muito bem.Adoro a poeticidade dos teus textos.Ainda acho que deveria fazer letras!
ResponderExcluirAbraços.